A Amazônia, o maior bioma tropical do mundo, é crucial para o equilíbrio ambiental global. No entanto, como pontua o empresário rural Agenor Vicente Pelissa, a crescente expansão da pecuária na região tem sido um dos principais motores do desmatamento, gerando impactos devastadores para o ecossistema, reduzindo a biodiversidade e contribuindo para as mudanças climáticas.
Descubra a seguir como podemos equilibrar o avanço da pecuária com a preservação da Amazônia e garantir um futuro mais sustentável para o planeta.
Como a pecuária contribui para o desmatamento na Amazônia?
Conforme destaca Agenor Vicente Pelissa, a pecuária é uma das principais responsáveis pelo desmatamento na Amazônia. O processo começa com a derrubada da vegetação nativa para dar espaço a pastagens, que são usadas para alimentar o gado. Estima-se que a pecuária seja responsável por cerca de 60% do desmatamento na região, o que implica a destruição de grandes áreas de floresta que poderiam ser essenciais para a biodiversidade e o equilíbrio climático global.
Além do desmatamento direto, a expansão das pastagens muitas vezes leva ao avanço de outras atividades como a agricultura e a exploração madeireira, ampliando ainda mais a degradação ambiental. A retirada de árvores compromete a absorção de carbono pela floresta, contribuindo para o aquecimento global. A perda de árvores também afeta o ciclo da água, alterando as precipitações e prejudicando a vegetação e a fauna local.
Quais são as consequências ambientais da pecuária na região?
A criação de gado na Amazônia tem consequências ambientais profundas. A degradação do solo causada pela remoção da vegetação nativa e a compactação do solo pelos bovinos afeta a fertilidade da terra, tornando-a improdutiva ao longo do tempo. Além disso, o processo de pastagem intensiva pode resultar em erosão, o que contribui para o assoreamento de rios e córregos, prejudicando a qualidade da água e afetando a vida aquática.
A pecuária também contribui para a emissão de gases de efeito estufa, principalmente o metano liberado pelos animais. Esse gás tem um potencial de aquecimento global muito mais elevado que o dióxido de carbono, exacerbando as mudanças climáticas e tornando a região ainda mais vulnerável a eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. Esse ciclo de degradação contínuo torna a Amazônia cada vez mais difícil de ser preservada.
Como alude o agricultor Agenor Vicente Pelissa, os impactos na biodiversidade é outro ponto importante. A substituição da floresta por pastagens reduz a quantidade de recursos naturais para diversas espécies, levando muitas delas à extinção. A diminuição de habitats naturais afeta não apenas as plantas e os animais, mas também as comunidades humanas que dependem da floresta para sua subsistência e cultura.
Quais são as alternativas sustentáveis para a pecuária na Amazônia?
Apesar dos desafios, existem alternativas sustentáveis para a pecuária na Amazônia. Uma das principais soluções é a intensificação da produção de carne e leite, utilizando menos terra para maior produtividade. Isso pode ser feito por meio de tecnologias que melhoram a qualidade da pastagem e do manejo do gado, evitando o desmatamento e aumentando a eficiência da produção. A utilização de pastagens integradas à agricultura (agropecuária integrada) pode ser uma maneira eficaz de aproveitar melhor o uso da terra.
Por fim, como comenta o empresário rural Agenor Vicente Pelissa, a certificação de carne sustentável também tem se mostrado uma boa alternativa. Programas como o “Cattle Agreement” buscam garantir que a carne comercializada no mercado global não venha de áreas desmatadas ilegalmente, criando uma rede de rastreamento e fiscalização para impedir a entrada de produtos oriundos de regiões de desmatamento.